10.ª Ficha de Leitura

 

Data: Março de 2013

Autor: GUERRA, I. C (2002).

Texto: A construção de projectos de intervenção. In: Fundamentos e processos de uma sociologia de acção: o planeamento em Ciências Sociais. 2a ed. Cascais: Principia, pp. 125-174

 

Este texto está direccionado para os projetos de intervenção, mais precisamente para a construção dos mesmos. Em primeiro lugar, define projeto como sendo exteriorização de uma vontade, de uma intenção, ou demonstração de uma ou mais necessidades às quais se pretende dar resposta, contribuindo para o máximo conforto da população.

Um projeto de intervenção é composto por várias fases: a emergência de uma vontade coletiva de mudança (superar as necessidades assinaladas); a análise da situação e realização do diagnóstico; a elaboração de um plano de ação (com base nos resultados obtidos anteriormente); a concretização (por em prática), o acompanhamento, e a avaliação do projeto (onde se verifica se os objetivos foram cumpridos ou não).

Na opinião de Guerra (2002), o diagnóstico é uma lógica de pesquisa-ação participada, e que necessita de ter um modelo aberto (de modo a ser alterado, consoante necessite). Para a sua elaboração é necessário um enquadramento teórico e uma pesquisa aprofundada de modo a oferecer respostas às necessidades locais, identificadas no projeto de intervenção.

O diagnóstico deve ter como referência os atores que estão ligados ao projeto, que possuem necessidades e funcionamento próprios. Os atores estão divididos em três tipos, sendo os primeiros os beneficiários da ação (a quem o projeto é dirigido), os condutores da ação (responsáveis pela execução do projeto) e os decisores (que podem não estar directamente implicados mas dos quais depende a ação).

Para que um diagnóstico esteja bem elaborado, deve ser composto por um pré diagnóstico (uma investigação e organização de informação das necessidades existentes), passando depois para o diagnóstico (o instrumento de participação), terminando com a ordenação dos problemas e com soluções para cada um deles.

O autor, Guerra (2002) apresenta como uma das fases do diagnóstico, como já referi anteriormente, a hierarquização das prioridades (ou seja, estabelecimento do que necessita de ser resolvido em primeiro lugar). Para que tal tarefa seja cumprida é necessária uma análise individual a cada um dos problemas identificados e a articulações dos mesmos.

Existem várias técnicas/formas de recolha de informação para a elaboração do diagnóstico. Passo a enumerar algumas descritas por Guerra (2002): indicadores sociais, dados demográficos, questionários, entrevistas, reuniões públicas, entrevistas a grupos, etc.

Penso que uma boa frase para resumir o que é um projeto de intervenção, poderia ser apresentada por Kisil R. (2001), quando este diz que "Elaborar projetos é uma forma de independência. É uma abordagem para explorar a criatividade humana, a magia das ideias e o potencial das organizações. É contribuir para a energia de um grupo, compartilhar a busca da evolução”.

Na minha opinião, este texto é, sem duvida, um enorme contributo para a planificação e elaboração do nosso trabalho projeto, onde nos explica em que consiste um projeto de intervenção, quais as fase que devemos ter em conta para a identificação das necessidades e, mais tarde, a elaboração de um diagnostico e avaliação do mesmo.

O contributo que a leitura deste texto me ofereceu foi bastante importante, pois passei a tomar conhecimento de coisas que antes desconhecia e fez com que novas concepções e reflexões surgissem em torno do um projeto, enriquecendo-o.