5.ª Ficha de Leitura
Data: Janeiro de 2013
Autor: Maria José Camara (1998)
Título: “A Identidade e a Diferença. Como os educadores marcam as crianças.”.
Este texto abordar os seguintes aspectos: os pais e a sociedade; o espaço envolvente na família; a diversidade dos discursos na família; a escola e a comunidade; o posicionamento entre os alunos; a hierarquia professor-aluno; as perguntas e a participação dos alunos; o tempo próprio de cada aluno; a clareza e a exigência do professor e, por fim, o reconhecimento do contexto e a realização.
Primeiramente, o texto apresenta-nos duas classes sociais.
Ø Famílias de classe social alta, em que os pais têm cursos superiores;
Ø Famílias de classe média/baixa, em que os pais têm poucos estudos, ou até nenhuns.
Tendo em conta o espaço envolvente da família, podemos verificar dois contextos diferentes dependendo do estatuto social de cada uma das famílias representadas.
Nas famílias de carácter social elevado, existem livros comprados exclusivamente para as crianças, aparelhagens, computadores, leitores de DVD’s, televisões, portáteis, CD’s, etc. Já nas famílias de carácter social médio/baixo os livros são escassos e as revistas que existem são revistas “cor-de-rosa” compradas pela mãe, em relação há existência de televisão e rádios-gravadores apenas existe um para toda a família.
Segundo o texto também existe diversidade dos discursos na família. Assim sendo, as famílias que pertencem às classes sociais consideradas altas, falam mais de livros e por norma têm mais livros em casa, tal como referido anteriormente. Este tipo de famílias tem uma bagagem cultural superior às famílias de classe social média/baixa e dão uma maior importância a revistas científicas e a idas a museus, por exemplo. As famílias de classe social baixa normalmente não têm livros em casa, no máximo têm jornais ou revistas do tipo referido a cima. As famílias de classe social alta têm uma linguagem mais cuidada, do que as de classe social baixa, que têm uma linguagem mais modesta e simples.
O convívio nas escolas é feito da mesma maneira, e ambas as classes podem frequentar a mesma escola. Neste texto a que nos referimos, houve uma investigação de analise sobre uma turma em concreto, para que pudéssemos verificar vários factores entre alunos de vários níveis sociais.
Neste caso, os alunos partilham a mesma sala de aula, a mesma educadora e os mesmos colegas. No entanto verificam-se bastantes diferenças entre eles: uns são curiosos, outros são tímidos; outros mais faladores; outros traquinas.
Neste processo verificou-se que os alunos de classe media/baixa tem tendência a ser gozados pelos alunos de alta sociedade, a maioria das vezes pela escassez de bens materiais. É ainda de referir que dentro do contexto escolar, e dentro da sala de aula, todos os alunos, independentemente do seu estatuto social, são tratados de igual modo, tendo o dever de cumprir as regras adequadas a cada momento e o direito a participar nas atividades propostas.
Em relação à hierarquia professor-aluno verifica-se que em vários contextos de sala de aula, a educadora é que manda, a educadora é que ensina e os alunos obedecem e aprendem.
No caso observado, nota-se que os alunos fazem imensas perguntas à professora, de modo, a obterem respostas, são crianças curiosas. Com esta curiosidade, as crianças descobrem novos conhecimentos, dando mais atenção ao que lhes desperta mais interesse.
As crianças são diferentes, mesmo sem considerar o seu estatuto social. Cada aluno tem a sua forma de aprender e adquirir as matérias leccionadas. Existem crianças mais interessadas, e normalmente correspondem às que têm mais informação em casa porque têm mais bases culturais e têm mais fontes de informação onde pesquisar sobre o assunto. Ainda nesta questão do que foi observado, verifica-se que os alunos referidos anteriormente, como tendo mais bases culturais e mais meios de informação usufruem de um “tempo de antena” em sala de aula muito maior do que os outros alunos, não por descriminação mas por sabedoria.
Na clareza e exigência do professor verificamos que os alunos que vêm de classes sociais mais altas têm mais facilidade em compreender o professor devido, mais uma vez, à sua bagagem cultural, que é adquirida através das interações existentes com os conhecimentos da família e também com a possibilidade de se deslocarem a locais estimulantes à aprendizagem. Enquanto os alunos de classe social mais baixa, têm tendência para não perceber tão bem o que diz o professore ou o que vem escrito nos livros.
No final de cada atividade realizada em contexto de sala de aula, a educadora elabora e aplica um mini teste, para verificar se os alunos sabem e compreendem o que foi dito. A educadora, pode ainda analisar se os objetivos inicialmente propostos, foram cumpridos.